Um dos marcos no desenvolvimento do município de Jundiaí, na década de 1860, foi a construção de ferrovias no estado de São Paulo. A posição estratégica da cidade fez com que cinco caminhos de ferro se encontrassem na cidade, sendo estes: São Paulo Railway Company (Jundiaí – Santos), Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Sorocabana, Bragantina e Itatibense.
Esse marco foi tão relevante para a cidade que até hoje encontramos vestígios em outros pontos da cidade, como: Futebol Paulista Clube, Grêmio Recreativo, Gabinete de Leitura Ruy Barbosa e o atual Clube Jundiaiense.
A relevância da vida dos munícipes
Documentos existentes no Museu da Cia. Paulista do Complexo FEPASA, em Jundiaí, mostram como era grande o sentimento de pertencimento. Trabalhar como ferroviário não significava apenas um emprego, mas sim tomar parte de uma grande família, unida social e afetivamente pelo amor à ferrovia. É possível perceber como tal sentimento era forte, por exemplo, neste trecho de carta, enviado por um funcionário para solicitar a contagem de tempo de serviço para sua aposentadoria:
“Entrei para o quadro do pessoal interno no dia 1º de junho de 1906, na qualidade de mestre da fundição. Antes disso, porém, e desde 1872 até 1889, num período de dezessete anos, tive o prazer de trabalhar exclusivamente para a Companhia Paulista, em serviços de fundições de ferro e bronze.”
O Complexo Fepasa
Com área total de 111 mil metros quadrados, sendo 45 mil deles de área construída, o Complexo Fepasa teve sua construção iniciada na década de 1890, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, a fim de abrigar as oficinas de locomotivas à vapor da empresa. A princípio, as oficinas da empresa localizavam-se em Campinas, mas devido ao tamanho limitado do terreno e a um surto de febre amarela que atingiu a cidade, a empresa decidiu transferir suas oficinas para Jundiaí.
Ao longo dos anos, o prédio, com 34 edificações, passou por diversas transformações e intervenções, devido às modificações desenvolvidas pela Companhia e aos avanços tecnológicos do setor, como a implantação da tração elétrica aos veículos. Na década de 1970, com a incorporação da Companhia à Fepasa (Ferrovia Paulista S/A), empresa estatal paulista de transporte ferroviário de cargas e de passageiros, o Complexo sofreu as suas últimas intervenções significativas, que deram às suas instalações a configuração com que o conhecemos na atualidade, além da mudança de seu nome.
Com a falência da Fepasa, sua inserção no programa de desestatização do início da década de 1990 e a posterior privatização da malha ferroviária, as antigas oficinas da Companhia Paulista foram adquiridas pela Prefeitura em 2001. Diversos equipamentos públicos municipais e estaduais estão instalados no local.
O Complexo Fepasa é o único patrimônio material do Município com tombamento em nível nacional, registrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
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